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ROLLERBALL, GLOBALIZAÇÃO E MUNDIAL DE
CLUBES DA FIFA

Marcos Emílio Ekman Faber
Porto Alegre, 15 de dezembro de 2010.

Rollerball (EUA, 1975) é um clássico do cinema. O filme, uma ficção científica, se passa em 2018, um futuro hoje não tão distante, onde o mundo é controlado por grandes corporações transnacionais. Na verdade, no filme, o planeta não tem mais fronteiras nacionais. A cultura é massificada e globalizada. As corporações controlam tudo. A participação estatal é mínima.

As grandes empresas controlam a distribuição de alimentos, as matérias primas, os combustíveis e até mesmo os esportes.

Controlam o “pão e circo” dos antigos romanos.

No filme, o “circo” é representado por um esporte extremamente violento, o Rollerball. Esporte que é um misto de hockey, rugby, wrestling e luta de gladiadores. Disputado em todo o mundo, o esporte é muito popular, assim como seus principais jogadores.

Como não poderia ser diferente, apesar das diferenças étnicas, a cultura popular esta massificada. O Rollerball é praticado em todo o mundo. Portanto os campeonatos são mundiais. Assim, o principal time de Rollerball, o Houston (cidade do Texas) também possui os principais jogadores, em especial, o maior de todos, Jonathan E (brilhantemente interpretado por James Caan).

Como em Rollerball, a FIFA criou, em 2005, o FIFA Club Word Cup, no Brasil conhecido como Campeonato Mundial de Clubes da FIFA, este campeonato tendo como participantes os campeões de todos os continentes do planeta, que no sistema de jogos eliminatórios, se enfrentam até a final, quando é sagrado o campeão do mundo de clubes.

Inicialmente este campeonato foi muito criticado, pois clubes de pouca ou nenhuma expressão faziam parte dele, especialmente clubes da Oceania, África e Ásia. Porém, este campeonato tem crescido a cada edição. As partidas lembram os jogos do Rollerball onde equipes “exóticas” do mundo inteiro se enfrentavam em busca do título mundial.

A partida entre Houston e Madrid e, principalmente entre os texanos e o time de Tóquio, demonstram que a cultura global é a mesma. Nos Estados Unidos, na Espanha ou no Japão as pessoas apreciam as mesmas coisas, curtem os mesmos esportes e idolatram os mesmos ícones, no caso Jonathan E.

Porém, quanto mais avança o filme, mais claro fica que as grandes corporações não estão preocupadas com o bem estar da população e muito menos de seus funcionários. O esporte sofre constantes mudanças de regras para atenderem as exigências dos patrocinadores e para aumentarem os índices de audiência.

Jonathan E, percebendo que as coisas não estão indo bem. Passa a questionar as mudanças de regras.

Em sua jornada, descobre que, na verdade, sua popularidade esta atrapalhando os interesses das grandes empresas para o Rollerball. Quando Jonathan expõe as falcatruas envolvendo o esporte, os mandatários do Rollerball tentam calá-lo.

Sabemos que muito de podre existe do reino da FIFA, porém ainda falta um Jonathan E para lançar luz nesta escuridão.

Mas voltando ao Mundial de Clubes, mesmo que este evento ainda necessite de ajustes é nele que as mais variadas culturas futebolísticas se enfrentam, algo que na Copa do Mundo de seleções já não acontece há muito tempo, pois as grandes estrelas do futebol mundial, sejam de quais países forem, jogam em clubes europeus, estando adaptados à cultura futebolística deste continente.

Já no Mundial de Clubes a situação é distinta, pois nele ainda podemos apreciar as escolas africanas, asiáticas e sul-americanas em sua mais perfeita manifestação.

Mas até quando a inocência e pureza das diferentes culturas futebolísticas estarão intactas não sabemos, mas o Mundial de Clubes é o evento onde elas melhor se manifestam.

 

 

 


 

 

 

 

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