As Profecias de Daniel
O Livro de Daniel pode ser chamado de o Apocalipse
do Antigo Testamento tamanho é o número
de revelações sobre os tempos do fim,
nenhum outro livro veterotestamentário escreve
tanto sobre os tempos finais. É este livro
que dá suporte a compreensão de muitas
profecias do livro de Apocalipse. A seguir estão
seis das grandes profecias de Daniel sobre os reinos
da Terra e a vinda do anticristo, assim como o Reino
final e eterno de Jesus Cristo.
A imagem do sonho de Nabucodonosor
Daniel 2:1-49
No sonho do rei da Babilônia, Nabucodonosor
vê uma grande estátua. A cabeça
da estátua era de ouro, os braços
e o peito de prata, o ventre e os quadris de bronze,
as pernas de ferro e os pés de ferro e barro.
Uma grande pedra é cortada sem auxilio de
mãos, esta pedra choca-se com a estátua
e a destrói. A pedra transforma-se numa grande
montanha que cobre toda a Terra.
Daniel explica ao rei que cada parte da estátua
é a representação de um reino,
sendo a cabeça de ouro o reino da Babilônia,
mas que todos os reinos que se sucederão
irão passar e o último reino, o da
grande pedra, irá ficar para sempre.
Os reinos do sonho de Nabucodonosor são:
A cabeça de ouro o reino da Babilônia
do próprio Nabucodonosor; o peito e os braços
de prata são o reino da Pérsia; o
ventre e os quadris de bronze são o reino
Greco-Macedônico fundado por Alexandre Magno;
o reino de ferro é o reino de Roma; e o último
reino representado na estátua é o
reino dos tempos do fim, um reino que mescla o poderio
romano, porém que não é puro,
pois representa a união de diversos reinos.
O escritor Arno Froese, no livro Como a Democracia
Elegerá o Anticristo, afirma que este último
reino será formado com a unificação
da Europa, através da União Européia,
e Roma estará representada pela força
política e ideológica da Igreja Católica
Apostólica Romana. Como as nações
continuarão a ter sua autonomia, mas farão
parte de um grande reino unificado, é preciso
lembrar que estes reinos forjarão alianças
entre si, como de fato já está acontecendo.
É bom lembrar, também, que todo código
de Leis do mundo contemporâneo é baseado
no código de Leis romano organizado pelo
imperador romano Justiniano, mais um ingrediente
que garante a presença romana neste reino.
É este poderoso reino, forjado da unificação
de 10 poderosas nações, que lançará
as bases que sustentarão o governo do anticristo.
Há outra interpretação que
afirma que o G-8, grupo das sete mais ricas e industrializadas
nações (EUA, Canadá, Japão,
França, Grã-Bretanha, Alemanha e Itália)
mais a Rússia, chegarão ao número
de 10 nações que representariam os
10 chifres.
Porém, o mais importante é que este
último reino será destruído
por Jesus, que criará um reino justo e eterno
e que jamais poderá ser destruído.
A visão dos quatro animais e o Ancião
de Deus
Daniel 7:1-28
Daniel escreve sobre seu sonho onde viu 4 animais
que saíam do mar.
O primeiro era um leão com asas de águia,
porém lhe foram arrancadas às asas
e ele foi colocado de pé e lhe foi dado mente
de homem. É uma referência a Nabucodonosor
que perdeu o reino, ficou louco e teve que se humilhar
e reconhecer sua fraqueza.
O segundo animal era um urso que tinha 3 costelas
na boca, lhe foi ordenado que saísse a comer
carne. As três costelas representam uma presa
que o Urso já havia devorado anteriormente,
mas que não saciou seu apetite. É
a representação do reino Medo-Pérsa.
O terceiro animal era semelhante a um leopardo
com 4 cabeças e 4 asas a este foi dado domínio.
Ter 4 cabeças significa que este animal estava
olhando em todas as direções a procura
de novas caças, o que sugere um império
em constante busca por expansão territorial.
É o reino Greco-Macedônico formado
por Alexandre Magno e que depois foi dividido por
seus 4 generais.
O quarto animal era terrível e muito forte,
tinha 10 chifres, pisava e devorava a todos o que
sobejava. Seria o Império de Roma. Com a
queda de Roma, outro reino toma seu lugar, o reino
dos 10. Os chifres representam 10 reinos e podem
representar seu grande poderio militar. O chifre
que ao surgir derruba três outros chifre,
tem olhos e boca de homem, sugere o reino do anticristo.
Até que entra em cena o Ancião de
dias que se assenta num tribunal, mata ao animal
dos chifres e retira o poder dos outros animais,
porém lhe conservando as vidas.
Aproximou-se do Ancião um como o Filho do
Homem, que recebeu o domínio, e a glória,
e o reino sobre todas as nações, o
seu domínio é eterno e não
poderá ser destruído. Este é
o reino de Jesus Cristo que será eterno.
O carneiro, o bode e o pequeno chifre
Daniel 8:1-27
Nesta profecia, Daniel tem uma visão de
um carneiro com dois chifres, porém um é
maior do que o outro. O carneiro dava marradas para
o Ocidente, para o Norte e para o Sul e nenhum animal
o podia resistir. Então Daniel vê um
bode que vem do Ocidente, o bode tinha um grande
chifre entre os olhos. Ao chegar perto do carneiro,
o bode quebrou os dois chifres do carneiro e o venceu.
O bode engrandeceu-se sobremaneira e ninguém
o podia vencer, mas quebrou-se o seu chifre, e em
seu lugar nasceram outros quatro chifres, de um
destes chifres nasceu um pequeno chifre que cresceu
até chegar ao exército dos céus,
teve o domínio sobre os exércitos
e tudo que fez prosperou. Engrandeceu-se até
ao “príncipe do exército; dele tirou
o sacrifício diário e o lugar do seu
santuário foi deitado abaixo”. (v. 11).
Daniel ouve uma conversa entre santos que perguntam
até quando durará toda aquela profanação.
“Até duas mil e trezentas tardes e manhãs;
e o santuário será purificado” (v.
14) é a resposta.
Então, Gabriel é enviado a Daniel
para explicar-lhe a visão que tinha visto.
O carneiro com 2 chifres é o reino da Medo-Pérsia
e o bode é o rei da Grécia e o chifre
entre os olhos é o primeiro rei,ou seja,
Alexandre Magno. O grande chifre é destruído
prematuramente, Alexandre morre aos 33 anos tendo
construído um grande império e reinado
por somente por 11 anos. Nascem 4 chifres em seu
lugar, o reino de Alexandre foi dividido entre seus
4 generais. Mas se levantará um rei feroz
muito poderoso, causará muitas destruições,destruirá
os poderosos e o povo santo, fará prosperar
o engano, mas este rei será destruído
sem uso de força humana. Alguns comentaristas
afirmam que o rei em questão era Antíoco
IV, que em seu reino agiu desta forma, mas creio
que seja uma profecia com relação
ao reino do anticristo. O anticristo será
vencido sem que haja necessidade de força
humana, pois Deus irá vencer o anticristo
na batalha do Armagedom.
As setenta semanas
Daniel 9:20-27
A profecia das 70 semanas é revelada a
Daniel por Gabriel. Gabriel, enviado de Deus, relada
a Daniel que as 70 semanas representam o tempo até
que a transgressão e o pecado cessarão,
para selar a vitória e a profecia e para
ungir o santo dos santos.
Desde a saída da ordem para restaurar e
edificar Jerusalém até o Ungido, Jesus
Cristo, serão 7 semanas e 62 semanas. O Ungido
será morto após as 62 semanas.
Ou seja, o tempo do cativeiro irá durar
7 semanas (um dia da semana contando como um ano,portanto
o cativeiro durará 70 anos, como de fato
ocorreu). Haverá a reconstrução
de Jerusalém e após 62 semanas nascerá
o Ungido, Jesus Cristo, totalizando 69 semanas.
A crucificação e a ressurreição
de Jesus cessaram a contagem das semanas, criando
um hiato de tempo, o tempo da Igreja. A última
semana ocorrerá após o arrebatamento
da Igreja. Com o governo do anticristo que durará
7 anos. Na metade da semana irá cessar os
sacrifícios no Templo, o que sugere a reconstrução
do templo em Jerusalém e a retomada dos sacrifícios.
Após as 70 semanas Deus vencerá o
anticristo e julgará a humanidade. Iniciando-se
o Reino Milenar de Cristo.
Os reis do Norte e do Sul
Daniel 11:1-45
Confesso que tive muita dificuldade em compreender
a totalidade deste capítulo e resisti muito
em colocá-lo neste trabalho, mas Deus me
constrangeu a tentar.
Dividi a análise em duas partes:
Primeira Parte: Versículos 1-20
O versículo 2 relata o reino da Pérsia
e sua luta contra a Grécia. A partir do versículo
3, é relatado o reino da Grécia, iniciando
com o reino de Alexandre Magno e depois com os 4
reis que assumem seu lugar e dividem o império
(vv. 3 e 4). Depois é descrito o reino do
Sul, que ao que parece é o Egito (v. 8),
que luta contra o reino do Norte, provavelmente
Roma ou Síria. Após, Daniel relata
batalhas entre estes reinos do Norte e do Sul, onde
o Norte vencerá, o que me faz acreditar que
o Reino do Norte é Roma e não a Síria.
Segunda Parte: Versículos 21-45
A partir do versículo 21 é descrito
um rei vil, que tomará o trono através
de intrigas, ele fará alianças com
outros reinos e governará pelo engano. Este
rei atacará e subjugará os reinos
do Sul. “Dele sairão forças que profanarão
o santuário, a fortaleza nossa, e tirarão
o sacrifício diário, estabelecendo
a abominação desoladora. Aos violadores
da aliança, ele, com lisonjas, perverterá,
mas o povo que conhece ao seu Deus se tornará
forte e ativo. Os sábios entre o povo ensinarão
a muitos; todavia, cairão pela espada e pelo
fogo, pelo cativeiro e pelo roubo, por algum tempo.”
(vv. 31-33). Este, ao que parece, é o reino
de Antíoco IV, como ocorrera no capítulo
8, mas creio que seja uma alusão ao reino
do anticristo. A descrição dada ao
vil e corrupto rei é compatível com
o reino do anticristo, que perseguirá ao
remanescente do povo de Deus e profanará
o Templo.
O Tempo do fim
Daniel 12:1-13
Daniel escreve sobre os tempos do fim.
Na profecia, Miguel, o grande príncipe, se
levantará. Haverá angústia
como nunca antes, mas naquele tempo serão
salvos todos que estão escritos no Livro
da Vida. Os que já morreram ressuscitarão,
uns para a vida eterna e outros para a condenação.
Deus diz a Daniel que o livro deve ser encerrado
e selado, e que no futuro o livro será estudado
e esquadrinhado e o conhecimento se multiplicará.
Mas o tempo que a profecia se realizará fica
em mistério. “Quando se acabar a destruição
do poder do povo santo, estas cousas todas se cumprirão.”
(12:7b).
Muitos serão purificados, embranquecidos
e provados; mas os perversos procederão perversamente,
e nenhum deles entenderá, mas os sábios
entenderão.” (12:10).
Conclusão
O livro de Daniel é uma grande demonstração
da soberania de Deus e de Seu controle total e absoluto
sobre a História da humanidade. Nada acontece
sem a permissão e o conhecimento de Deus.
Ao revelar os reinos seqüentes aos da época
de Daniel, Deus está nos dando uma confirmação
de que Suas profecias serão cumpridas. Uma
vez crendo e entendendo o livro de Daniel, podemos
ter certeza de que as predições do
livro de Apocalipse se cumprirão, assim como
toda a Palavra do Senhor, pois Deus nos diz: “Porque
eu velo sobre a minha palavra para a cumprir.” (Jeremias
1:12). Nada escapa ao controle soberano de Deus.
Bibliografia
Bíblia Sagrada, traduzida
em português por João Ferreira de Almeida,
edição Revista e Atualizada no Brasil.
2ª. edição. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.
BALDWIN, Joyce G. Daniel: introdução
e comentário. São Paulo:
Vida Nova / Mundo Cristão, 1991.
FROESE, Arno. Como a Democracia Elegerá
o Anticristo. Porto Alegre: Editora Actual,
1999.