O homem em sua perfeição. Quador A Criação de Adão de Michelângelo, Capela Cistina, Vaticano.

Sala de Aula - História Medieval / Moderna - Renascimento

O RENASCIMENTO

Marcos Emílio Ekman Faber

O Renascimento foi um movimento intelectual e cultural que iniciou na Itália, por volta do século XIV, como resultado das relações comerciais entre mercadores italianos de Veneza e Gênova com bizantinos e árabes. Mas, não ficando restrita à Península Itália, o movimento logo se espalhou por toda Europa.

O Renascimento recebeu esse nome porque seus integrantes buscavam um renascer da cultura da Antiguidade Clássica greco-romana. Os renascentistas acreditavam que no Mundo Clássico havia existido uma cultura livre da religiosidade medieval. Também acreditavam que a antiguidade havia representado o auge da história da civilização ocidental. Por isso, centenas de livros latinos e gregos passaram a ser lidos vorazmente pelos adeptos do movimento. Ao entrarem em contato com o pensamento racionalista grego, os renascentistas romperam definitivamente com a visão de mundo religiosa e supersticiosa da Idade Média.

Assim, a principal característica do Renascimento foi sua busca por compreender a humanidade como um todo. Preocupação, aliás, que orientou o desenvolvimento das ciências, da política, das artes e até da religião, que passaram a colocar o ser humano no centro de suas pesquisas (antropocentrismo, do grego, antropos = ser humano). Por isso, a ideologia surgida no centro do movimento foi chamada de Humanismo.

No que se refere às artes, o Renascimento teve por característica principal a busca por representar a realidade em sua mais bela forma. Por isso, o desenvolvimento das técnicas de perspectiva e profundidade, o impressionante realismo das obras e a ampliação das técnicas de sombreamento com luz e sombra ganharam grande espaço nas produções artísticas. O objetivo dos artistas era reproduzir a realidade exatamente como o autor a enxergava. Com isso, as representações da figura humana adquiriram solidez, majestade e poder, refletindo o sentimento de autoconfiança de uma sociedade que se tornava muito rica e complexa, com vários níveis e classes sociais.

Ao romper com os paradigmas defendidos pela Igreja Católica, o Renascimento representou a ascensão dos ideais burgueses sobre o pensamento e a cultura medieval. A mentalidade renascentista rompeu com a visão de mundo onde a religião ocupava o centro de todas as questões. Para os humanistas, o centro de toda e qualquer pesquisa deveria ser o próprio ser humano e não a religião, como acontecia anteriormente.

Como resultado imediato disso tudo, a Igreja deixou de ser vista como aquela que tinha uma resposta para todos os problemas da vida e da sociedade. Com suas estruturas ideológicas abaladas, a Igreja Católica perdeu muito de seu poder político e, por incrível que possa parecer, também perdeu muito de seu prestígio mesmo no meio religioso, pois novas interpretações, principalmente humanistas, sobre a religião passaram a surgir, principalmente com a Reforma Protestante.

 


O Nascimento da Vênus de Sandro Botticelli. O autor sofreu perseguição por causa do quadro.


Os padrões de beleza renascentistas eram muito diferentes dos de nossos dias. Algo facilmente percebido ao analisarmos o corpo feminino representado nas obras do período. A moda determina os padrões de beleza de uma época. Com isso, o que é belo hoje, pode não ser amanhã.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quadro As três Graças de Rafael Sanzio


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Detalhe de Mona Lisa de Leonardo da Vinci. O quadro mais valioso da história.
 

Vídeo O Renascimento Cultural (2:45).
 
O Homem Vitruviano de Leonardo Da Vinci
(1452-1519). O homem como centro da
investigação científica.
Réplica do Davi de Michelangelo localizado em frente à prefeitura de Montevidéu, no Uruguai. Foto de Marcos Faber, janeiro de 2017 (amplia).
Local onde está a Escola de Atemas de Rafael Sanzio.

Detalhe da Escola de Atenas de Rafael.
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