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Histórias de Frederico

Futebol na Ucrânia - Dínamo de Kiev

Durante a Segunda Guerra Mundial, Frederico vivia na cidade de Kiev, na Ucrânia. Nesta época, o exército alemão invadiu este país e tropas de ocupação nazistas ficaram nesta cidade até o final da Guerra.

Como era costume do exército alemão, foi agendada uma partida de futebol entre a seleção do exército alemão e o time de futebol local, o Dínamo de Kiev.

Frederico foi convocado pelo Dínamo para ser o goleiro da equipe, imediatamente topou.

Não houve tempo para treinos e em dois dias, estava em Kiev, a seleção do exército nazista. Como de costume, o general do exército de ocupação conversou longamente com o técnico do Dínamo impondo algumas regras para o confronto, dentre os assuntos tratados foi deixado claro a invencibilidade dos nazistas e que estes não "gostariam" de perder a partida.

No dia marcado para a disputa o Estádio Municipal de Kiev estava lotado pelos assustados ucranianos. É executado o hino nacional alemão seguido de urros dos soldados nazistas em exaltação à Hitler e ao general Bremme do Exército de Ocupação.

Ao começar a partida, os alemães pressionam em busca do primeiro gol e aos 3 minutos, ainda do primeiro tempo, abrem o placar, 1 x 0 para os nazistas. A torcida está em silêncio.

Os alemães continuam a pressionar em busca do segundo gol, mas num contra-ataque o Dínamo empata o jogo, eram jogados 10 minutos do primeiro tempo, a torcida até então em silêncio comemora discretamente.

Os alemão pressionam ainda mais em busca do desempate, mas em outro contra-ataque o Dínamo faz 2 x 1 "virando" o jogo.

A torcida pela primeira vez mostra-se radiante, aos 40 minutos o hino nacional da Ucrânia, que não havia sido executado antes do início da partida, é cantado pelos torcedores do Dínamo.

Termina o primeiro tempo, o placar:

Exército Alemão 1 x 2 Dínamo de Kiev.

A torcida continua cantando o hino da Ucrânia, generais alemães se entreolham sem entender. O general Bremme, junto à 20 soltados, visita os jogadores do Dínamo no vestiário:

" - Vocês estão jogando muito bem, espero que não vençam, pois meus homens ( mostra as metralhadoras nas mãos de seus soltados ) podem ficar muito tristes, o que não seria bom..."

Após a saída do general, os jogadores assustados ficam em silêncio, Frederico está apavorado, os nervos estão exaltados.

Recomeça o jogo, os alemão partem para o ataque, querem a vitória... A torcida continuam vibrando. O hino da Ucrânia é entoado...

Aos 10 minutos do segundo tempo o juiz marca pênalti para os nazistas. Frederico está apavorado, desde o retorno dos vestiários os jogadores ucranianos estão em silêncio, alguns estão sem correr, estão estáticos, tamanho o pavor.

O jogador alemão bete o pênalti...

Frederico pula no canto certo, a bola toca o poste e sai em tiro de meta para o Dínamo.

Os torcedores ucranianos vibram... mantém-se o placar, o Dínamo está na frente.

Após a cobrança da penalidade Frederico e o capitão do Dínamo conversam com os demais jogadores, haverá resistência:

" - Se não temos condições de vencê-los em batalha, os venceremos dentro deste campo..."

As palavras do capitão ucraniano ecoam nos corações dos jogadores do Dínamo.

Mas os alemães estão decididos da vitória. A pressão é muito grande, Frederico inspirado defende todas as bolas alçadas contra seu gol.

Aos 20 minutos, num contra-ataque, o Dínamo chuta um bola na trave, aos 23 minutos, novo contra-ataque, é gol do Dínamo, 3 x 1 para os ucranianos.

Os alemães parecem não acreditar, na Tribuna de Honra do Estádio, o general Bremme está pálido, outros generais estão furiosos.

A pressão alemã parece que terá efeito, mas em outro contra-ataque o Dínamo faz 4 x 1.

São jogados aproximadamente 35 minutos do segundo tempo, o juiz olha para o general Bremme este faz sinal para que o jogo seja encerrado. O juiz termina a partida.

A torcida do Dínamo de Kiev está em delírio. O hino da Ucrânia é entoado pelas pessoas presentes no Estádio Municipal. Os jogadores vibram muito, jogam suas camisas à torcida, mas soldados alemães os obrigam a entrar no vestiário.

Ao descer as escadarias de acesso ao vestiário, os jogadores, percebem o general Bremme e seus soldados os aguardando.

Frederico segura firme seu crucifixo, olha para cima, como se fitasse o céu, e sorri.

O general Bremme não emite nenhum ruído, só gesticula aos seus soldados, estes descarregam suas metralhadoras nos jogadores ucranianos, que caem mortos. O sangue vermelho acinzentado cheira a queimado, tamanho é o massacre.

Hoje, em Kiev, na Ucrânia, em frente ao Estádio do Dínamo, existe um monumento à estes jogadores, não porquê venceram os alemães, mas porquê foram heróis de guerra, heróis da Segunda Guerra Mundial, o verdadeiro exército de resistência ucraniano.

Marcos Emílio Ekman Faber
História baseada em fatos reais

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História Livre - Marcos Emílio Ekman Faber