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TROPA DE ELITE 2, PSOL E CARÁTER

Marcos Emílio Ekman Faber
Porto Alegre, 16 de outubro de 2010.
Passada uma semana da estreia, Tropa de Elite 2 já arrastou milhares de pessoas aos cinemas do Brasil, é um fenômeno. Quarta-feira passada (13.10) fui ao cinema com minha esposa para assistir o filme, das 5 salas, 4 estavam passando o longa-metragem. Pretendíamos assistir a sessão das 20h, estava lotada, tentamos a das 21h, lotada, somente conseguimos ingresso para a sessão das 22h, saímos do cinema depois da meia-noite.

Confesso que o inicio do filme me preocupou um pouco. A narração em off do capitão Nascimento (Wagner Moura) fazendo pouco do intelectual Fraga (Irandir Santos), professor de História defensor dos Direitos Humanos. Pensei “Puxa o filme é mais fascista que o primeiro”, porém com o desenrolar do filme, do qual não entrarei em detalhes (vá ver o filme), a situação mudou.

Do ponto de vista comportamental (não econômico), capitão Nascimento é um conservador, já o professor Fraga, um liberal. Do ponto de vista político-ideológico, um está na direita e o outro na esquerda. Em meio à sujeira e a corrupção carioca, o caminho de ambos se cruza, pois os dois possuem algo que os aproxima, o caráter.

Assim como o filme analisa a sociedade como portadora de posições ideológicas antagônicas, o PSol também. Porém, entendo a posição ideológica do partido, não tem como separar política, economia e ideologia. Essas três caminham juntas. Um político ligado a um partido neoliberal, não tem como afirmar que suas prioridades são sociais. Por outro lado, um partido de orientação socialista, tem obrigações sociais impressas na vida de seus membros, já que estes obrigatoriamente fazem parte de sindicatos, ONGs e outras instituições de cunho social.

O que não entendo no caso do PSol é o motivo de, no Rio Grande do Sul, somente um nome forte ter concorrido à Câmara Federal nestas eleições, no caso Luciana Genro. Se Pedro Ruas tivesse concorrido junto, teriam se elegido os dois. Como somente a Luciana concorreu, apesar de seus mais de 150 mil votos (teve deputado eleito com 28 mil), não se reelegeu. Assim, duas fortes personalidades da política gaúcha estão fora do Planalto, pessoas de excelente caráter.

O subtítulo de Tropa de Elite 2 “Agora o inimigo é Outro”, dá pistas das mudanças em relação ao primeiro filme. Saem de cena os traficantes para entram os políticos corruptos, esses, assim como os primeiros, homens de mau caráter. Mas como uma diferença importante: foram eleitos pela população carioca.

Na visão do filme (talvez do diretor José Padilha), a política é suja e político é tudo corrupto. Se no primeiro filme bandido bom é bandido morto, neste o pau é nos políticos. Assim, o ápice do filme acontece quando o capitão Nascimento dá uma surra no secretário de segurança corrupto (no cinema, a plateia vibrou como se vibra gol em decisão).

Mas será que todo político é assim?

Não acredito! E não aceito que o povo brasileiro pense assim, perdendo a esperança com a política. Pois sem política não existe sociedade, não existe Estado.

O que fazer? Votar!

Votar em pessoas que nos representem. Pessoas que façam parte da mesma classe social ou trabalhista que nós. Pessoas que não preguem o individualismo, mas o bem coletivo. Pessoas de bom caráter.

Somente assim, teremos como vomitar a politicagem, as armações e a corrupção do seio de nossa sociedade.

Mas temos que começar por algum lugar!

Que tal por nós mesmos? Que tal revermos nosso caráter, afinal somos diferentes. Certo?

 


 
 

 

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